Com informações da Agência Brasil e de O Estado de São Paulo
A Polícia Federal prendeu na tarde deste sábado, o suplente
de deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto. Filiado ao PMDB, ele é
suspeito de fazer parte do esquema que desviou cerca de R$ 73 milhões da Caixa
Econômica Federal (Caixa), no final de 2013. O crime é tratado como a maior
fraude já sofrida pela instituição.
Ernesto Vieira Carvalho Neto disputou a vaga de deputado em
2010 pelo PMDB do Maranhão na chapa da governadora Roseana Sarney (PMDB).
Segundo o delegado federal Omar Pepow, o suplente foi detido
entre as cidades de Carolina e Estreito, na região sul do estado. Neto está
sendo conduzido para Araguaína, onde deve prestar depoimento ainda hoje (18).
Pepow afirmou à Agência Brasil que ao investigar a fraude denunciada pelo
próprio banco estatal, a PF encontrou indícios de que Neto forneceu uma conta
de luz de uma ex-empregada sua para que integrantes do esquema abrissem uma
conta-corrente numa agência da Caixa de Tocantinópolis (TO).
Pouco tempo depois, os cerca de R$ 73 milhões foram
depositados nessa conta, como se fossem o pagamento de um prêmio da mega sena
que nunca existiu. Por fim, o dinheiro foi transferido para várias contas.
Escutas telefônicas
Durante as investigações das denúncias apresentadas pela
Caixa, a PF prendeu o ex-gerente-geral da agência de Tocantinópolis Robson
Pereira do Nascimento. De acordo com o delegado federal, há gravações de
conversas telefônicas, obtidas com autorização judicial, em que o ex-gerente,
pouco antes de ser preso, pede ajuda a Neto para se defender, demonstrando já
ter conhecimento de que a PF investigava o assunto e identificara alguns dos
envolvidos no esquema.
Segundo a PF, aproximadamente 70% do total desviado já foram
recuperados. As investigações continuam. Quatro pessoas estão sendo procuradas.
Além de cinco mandados de prisão preventiva, a Justiça expediu, dez mandados de
busca e apreensão e um de condução coercitiva a serem cumpridos em Goiás,
Maranhão e São Paulo.
Ao todo, 65 policiais federais do Tocantins, de Goiás, do
Maranhão e de São Paulo participam da operação, que recebeu o nome de Éskhara e
conta com o apoio do Ministério Público Federal (MPF).