“Washington do
Feijão” usou a tribuna da Câmara para pedir que o prefeito Assis pare de tratar
cidadãos como bandidos
Trabalhando no mercadinho desde
criança, o comerciante “Washington do Feijão”, como é mais conhecido,
participou de tribuna popular na manhã de ontem, onde foi expor o episódio
classificado por ele como absurdo e que culminou com três trabalhadores presos
e encaminhados ao presídio de Imperatriz, apenas por que lutavam pelo direito
de trabalhar.
Segundo ele, após o incidente,
viaturas da polícia civil começaram a passar em frente aos comércios,
intimidando e amedrontando as pessoas. “Vivemos numa democracia, somos pessoas
honestas e trabalhadoras, filhos de Imperatriz e estamos sendo tratados como
bandidos. Servimos a cidade, pois ali é um centro de distribuição. Estão regredindo
o mercadinho com essa ignorância. Estamos ameaçados e coagidos, vistos como
malfeitores e bandidos. E o prefeito ainda vai em redes sociais dizer que vai fazer
é assim mesmo”.
Washington comunicou também que os agentes
de trânsito chegam e levam propriedade privada sem entregar um documento, tudo
é de forma verbal e grosseira, humilhando quem trabalha.
“São grandes amigos, e eu estou
sentido a dor. Já somos tão sofridos. Não era isso que esperávamos desse
gestor, e por mais que haja boa vontade, não é assim que se faz. Humilhando, mandando
prender trabalhadores. Algemados pés e mãos como marginais e levando para a
CCPJ. Agora irão responder à justiça por algo que não vemos sentido algum, que
poderia ter sido resolvido com uma simples conversa”.
Repercussão
Vários vereadores se pronunciaram e
se mostraram entristecidos com um governo que prende o trabalhador, pai de família
e agora encarcerados, estão sem o sustento de suas casas.
Ricardo Seidel (REDE): “Qual o
tamanho dessa casa de leis? A Câmara tem que deixar de ser pequena. O prefeito
tem que respeitar essa casa e os munícipes da cidade, vamos fazer cumprir a lei,
pois toda mudança tem que ser primeiro discutida aqui. Não ha cadeia suficiente
pra todos nós”.
Bebé Taxista (PEM): “É humanamente impossível
entender porque estes três cidadãos estão há mais de 24h presos, sendo que
apenas defenderam seu direito de trabalhar; enquanto muitos bandidos, ladrões
são soltos no mesmo dia. O município tem tomado decisões sem consultar esta
casa e tomara que estas ações contra a população não tomem resultados
inesperados, pois vemos a insatisfação geral do povo. Pra se castigar com
prisão, só quando se trata com traficantes. Isso é ditadura, truculência e
despreparo”.
Carlos Hermes (PCdoB): “Estou
indignado com essa situação, pois é inadmissível que um trabalhador vá para a
prisão, apenas por estar defendendo seu direito de trabalhar. Essa atitude é
algo típico desse governo, vemos vários segmentos sendo oprimidos. O prefeito
esta destruindo as relações com a população e continua sendo delegado, se
fazendo valer de influencias que ainda tem na policia. Não podemos aceitar nem
permitir que isso continue acontecendo e hoje ainda libertaremos esses
trabalhadores dessa situação constrangedora. A força utilizada foi totalmente incompatível
com a situação. A cidade não é uma delegacia, onde todo mundo é tratado como
bandido. Os guardas de transito foram lá mandados e a responsabilidade é do
prefeito ou do secretario. Estamos solidários e a policia civil deve estar a
serviço da sociedade e não do prefeito”.
João Silva (PRB): “Nunca na história
dessa casa vi o poder executivo se afastar tão rápido do legislativo dessa
forma. Não existe respeito, nem a busca do entendimento para com os vereadores.
A Câmara é um poder independente e não se dobra, pois temos que dar satisfação
ao povo que nos colocou aqui. Venham pra cá os professores, os comerciantes, os
moradores dos bairros. Venham dizer onde está doendo que vamos dar o remédio
certo para a dor. Se estão fazendo assim usando agentes de transito, imaginem
se for criada a tal guarda municipal armada. No dia que falarmos bem, não vão
dizer nada, mas no dia que criticarmos vão mandar nos prender. O batalhão é a
cara do comandante”.
Os vereadores foram unanimes em
afirmar que nunca se viu um conflito criado dessa forma em um comércio popular,
sendo que os trabalhadores deveriam ter apenas assinado um termo e serem liberados,
para responderem isso em liberdade; não serem tratados como criminosos. Para
eles hoje a sociedade convive com um prefeito que tem pensamento dúbio, que
fala uma coisa de manhã e de tarde muda. Que ameaça com gestos e atitudes. E
que se o prefeito não acordar, continuar tratando os vereadores como meninos,
ele não terá futuro político, talvez nem até o fim deste mandato.
“Trabalhador tem que estar é
trabalhando, não preso. Estamos preocupados por que cada ação aumenta mais a
falta de dialogo com esta casa e com o povo. Qual a mensagem que Assis quer
passar para Imperatriz?”, declarou o presidente José Carlos (PV).
Durante a sessão o vereador Carlos
Hermes informou que entrou em contato com Clayton Noleto e o deputado Marco Aurélio.
Garantiu que os dois iriam conversar com o secretário de segurança do estado,
Jefferson Portela para procurar uma forma de libertar imediatamente esses
trabalhadores.
Por fim Washington informou que o
prefeito na hora foi comunicado e sabia de tudo. “Achamos que ele iria
resolver, mas depois foi em rede social achar bonito, oprimir o trabalhador. Se
vocês tivessem visto o desespero das pessoas lá, correndo com medo, sendo
presas... estamos numa democracia ou ditadura? Ninguém pode dizer nada ou
pensar diferente, não há diálogo”.
O comerciante agradeceu o espaço, apoio
e a sensibilidade da Câmara e disse não ser fácil acordar todos os dias às 2h
da manhã para trabalhar, colocar o alimento na mesa das pessoas e ser
perseguido dessa forma.
Sidney Rodrigues
- ASSIMP
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