A publicação analisa a evolução dos homicídios por armas de fogo no Brasil, no período de 1980 a 2014, e revela que o maior número de vítimas é a juventude. “Vamos reconhecer a existência dessa problemática e enfrentar esses dados com políticas de direitos humanos e de juventude”, explicou Assis Filho. O crescimento da letalidade violenta (homicídios por arma de fogo) entre 1980 e 2014, na faixa etária de 15 a 29 anos, foi de 699,5%, e no conjunto da população brasileira foi de 592,8%. “Se tivessem cuidado dos jovens nas últimas décadas não estaríamos nessa situação”.
Os jovens de 15 as 29 anos representam 26% da população total do País e somam 58% das vítimas por armas de fogo. O pico dessas mortes acontece aos 20 anos de idade, quando os homicídios atingem a marca de 67,4 mortes por 100 mil jovens. O secretário especial substituto do Ministério dos Direitos Humanos disse que “é inadmissível que a cada 23 minutos morra um jovem negro no País”.
Plano Juventude Viva
O Secretário Nacional de Juventude, Assis Filho, também anunciou a reativação do Plano Juventude Viva com instrumento de enfrentamento dos números da violência no país contra jovens negros. O Juventude Viva reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros a situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia para os jovens entre 15 e 29 anos.
“Os estudos revelam que morreram 2,6 negros a mais que brancos e que, com o Juventude Viva, 133 mil vidas foram poupadas”. Assis Filho garantiu que o Juventude Viva será reativado nos próximos dias, “Precisamos de leis e políticas públicas que mudem a trajetória desses jovens, enfrentem o racismo institucional e revertam à situação de discriminação histórica”, completou.
Os dados do Mapa da Violência revelam que no período compreendido entre 2003 e 2014, o número de homicídios por arma de fogo entre a população branca diminuiu 26,1% e entre a população negra aumentou 46,9%. Em 2003 morreram 71,7% mais negros do que brancos e, em 2014, esse número saltou para 158,9%.