O clima ficou tenso durante a manifestação contra o aumento
da tarifa de ônibus, que reuniu mais de duas mil pessoas, de acordo com a
Polícia Militar, nesta segunda-feira (17). Quando o protesto seguia pela
Avenida Fernandes Lima, fechada nos dois sentidos, um motorista furou o
bloqueio para forçar a passagem. Os estudantes começaram a bater no carro dele,
quando houve um disparo de arma de fogo. O tiro acabou atingindo um estudante
no rosto.
O carro foi identificado pela polícia através do número da
placa, anotado pelos estudantes. A PM já sabe quem é o motorista, mas não
revelou o nome dele à imprensa. O estudante baleado tem 16 anos e foi
encaminhado para o Hospital Geral do Estado (HGE) por uma ambulância do Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) sob aplausos dos colegas.
Os manifestantes, que tentam evitar que a passagem seja
reajustada de R$ 2,30 para R$ 2,85, se concentraram novamente na Praça do
Centenário e seguiram em direção ao Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas
(Cepa), na Avenida Fernandes Lima. A manifestação já dura mais de três horas e
reuniu mais de duas mil pessoas, segundo a Polícia Militar, já começa a
dispersar.
Mesmo assim, o trânsito continua complicado para quem
precisa seguir para a parte alta de Maceió e para quem quer descer. Muitos
trabalhadores desistiram de pegar o coletivo e estão voltando para suas casas a
pé. A gerente de crédito, Amanda Aline, que está grávida de sete meses, fez um
grande percurso a pé.
“Trabalho no Centro e larguei às 17h, mas até agora não
consegui chegar em casa. Sou a favor do protesto, a passagem está muito cara,
mas tem que ser mais organizado. Estou muito cansada e nem sei que horas vou
chegar em casa”, diz Aline que mora no bairro na Chã da Jaqueira, parte alta de
Maceió.
Uma idosa de 65 anos que estava com o neto de cinco anos, também
teve que descer no Farol. Ela pegou um ônibus no bairro da Cruz das Almas e
estava indo ao Conjunto Eustáquio Gomes, no Tabuleiro dos Martins. “Tive que
descer, porque não sabia até que horas eles iriam fechar as ruas. Não sou a
favor do protesto porque é muito desorganizado”, diz maria Cícera dos Santos.
A manifestação começou por volta das 16h com concentração na
Praça Centenário, no bairro do Farol, seguiu as ruas do centro e retornou para
o bairro do Farol. Durante o percurso os manifestantes utilizaram vários gritos
de guerra. “O que estamos fazemos hoje é um ato histórico. Não vamos permitir
mais esse assalto. Se tiver o aumento, vamos parar Maceió”, diz
Durante a passeata, alguns manifestantes picharam muros de
lojas e soltaram fogos de artifício. Quando estavam pelo centro da capital,
alguns estudantes bateram no carro da Superintendência de Transporte e Trânsito
(SMTT), mas foram repreendidos pela maioria do grupo. “Não vamos permitir isso.
A maioria quer um protesto sem violência”, diz o estudante Victor Comette, um
dos organizadores do movimento.
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