Serviço Público sem qualidade prejudica as mulheres que
procuram a Delegacia da Mulher de Imperatriz.
A denuncia foi feita por Conceição de Maria Amorim
Em recente pesquisa realizada com mulheres que foram
atendidas nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2012, na Delegacia da
Mulher de Imperatriz a maioria das entrevistadas afirmaram que não receberam
todas as informações que precisavam, que os profissionais que as atenderam não
as deixaram à vontade para perguntar o que precisavam saber uma das entrevista
relatou que: “ela nem olhava para mim, escrevia rápido o que eu falava e quando
eu tentava explicar mais alguma coisa ela me cortava e dizia que aquilo não
tinha importância para o BO”. A maioria delas não foram informadas nem
encaminhadas a nenhum outro serviço de atendimento especializado a mulher
vivendo em situação de violência existente no município, (Centro de Referência
e Atendimento a Mulher, Casa Abrigo, Defensoria Pública, Vara da Mulher,
Promotoria da Mulher, Conselho da Mulher, Secretaria de Política para Mulher).
50% afirmaram que se sentiram constrangidas por causa da
falta de privacidade na hora do registro do Boletim de Ocorrência, outros
funcionários entram e saem na sala de registro sem qualquer anuncio prévio, e
também pelo ato de ter as audiências remarcadas às vezes pelo fato do acusado
não ter sido intimado, e elas não serem comunicadas situação que as obrigam a
gastarem com deslocamento, ausência no trabalho, e outros transtornos.
Todas relataram queixas do atendimento, entre elas:
A demora, “nenhuma mulher gasta menos de 3hs para registrar
uma queixa;
A falta de sigilo, em função do entra e sai de outros
funcionários na sala de registro de ocorrência;
A “falta de educação” dos funcionários e funcionárias que
“não cumprimentam ou não respondem os cumprimentos”, o jeito que atendem as
pessoas “sem olharem para elas”, de “fazerem cara de deboche”.
A indiferença frente ao problema que elas estão vivendo.
Visualizamos durante o processo de tabulação dos dados da
pesquisa que não existe:
• Integralidade nas ações,
• acolhimento com escuta ativa,
• maior conhecimento e compreensão sobre as relações
desiguais e estereotipadas de gênero,
• compreensão de questões como, diferença, desigualdade,
preconceito e descriminação, revitimização e de conhecimento das legislações,
nacional e internacional que norteiam o enfrentamento a violência de gênero,
como a própria Lei Maria da Penha.
A qualificação dos profissionais é imprescindível para que o
trabalho com as mulheres em situação de violência seja de fato pautado em um
“Ethos” visando um ordenamento de condutas dos profissionais policiais das
delegacias da Mulher pontuadas pelo respeito à dignidade humana, com vistas à
implantação de uma sociedade livre de descriminação, opressão e violência
contra as mulheres, uma sociedade amorosa e democrática.
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