Hoje, 28 de maio, é o Dia Internacional de Luta Pela Saúde
da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
Em Imperatriz, pelos números oficiais simples e secos, as
mulheres não têm o que comemorar. Nos últimos três anos, aumentou quase 50% o
total de mulheres que morreram em hospitais de Imperatriz, segundo o DATSUS.
De fato, em 2010, o total de óbitos de mulheres em hospitais
era 297. No ano seguinte (2011), aumentou 27,61%, subindo para 379 mortes. No
ano passado (2012), o número ampliou-se 17,15% em relação a 2011 e 49,49% em
relação a 2010: dos 936 óbitos registrados nos hospitais, 444 foram mortes de
mulheres e 492 óbitos de homens.
Razões? Não se sabe -- pelo menos não oficialmente. Dependendo
de quem analisa, pode ser alegado tanto a ampliação de atendimentos (inclusive
a pacientes de fora de Imperatriz) ou a melhoria no sistema de comunicação de
dados quanto, do lado negativo, a queda de qualidade de atendimento, a
insuficiência de estrutura e condições de trabalho e atendimento -- que padecem
de um miserê crônico e epidêmico, em Imperatriz, no Maranhão e no Brasil.
AS DOENÇAS
INFECCÇÕES E TUMORES - Em 2012, das 444 mulheres que foram
atendidas em hospitais imperatrizenses e morreram, 126 foram de doenças
infecciosas e parasitárias, número quase igual ao dos homens (morreram 134).
Nesse mesmo ano (2012), os óbitos femininos relacionados a
tumores foram 63, superior 46,51% ao total de mortes por tumor nos homens (43
óbitos).
GLÂNDULAS/NUTRIÇÃO – Em 2012 morreram nos hospitais
imperatrizenses pelo menos 12 mulheres de doenças relacionadas a causas
endócrinas (glândulas), nutricionais e metabólicas. Morreram 7 homens.
NERVOSISMO – Sinais dos tempos: oficialmente pelo menos,
todas as mortes registradas tendo como causa doenças do sistema nervoso
ocorreram em mulheres. Foram 4.
“MEU CORAÇÃO, NÃO SEI POR QUÊ...” – Também de causas ligadas
ao aparelho circulatório as mulheres estão chegando perigosamente próximo aos
números de óbitos em homens: em 2012 foram 59 mortes de mulheres e 67 de
homens.
RESPIRE... RESPIRE... – As doenças do aparelho respiratório
mataram 94 pessoas nos hospitais locais. Foram 57 homens (mais de um a cada
semana), total 54,05% superior ao número de óbitos de mulheres: 37.
MASTIGUE... MASTIGUE... – As mulheres, apesar dos tempos,
estão morrendo menos também em relação às doenças do aparelho digestivo: foram
21 óbitos femininos, total 80,95% menor que a quantidade de óbitos masculinos:
morreram 38 homens.
APÓS NASCER – No período perinatal, aquele após o
nascimento, registram-se números dolorosos: morrem mais bebês femininos que
masculinos: são 74 óbitos de criancinhas mulheres e 64 de criancinhas homens.
LESÕES – As mulheres, pelo visto, estão tendo mai cuidado do
que os homens quando a causa da morte são lesões e envenenamentos: foram 15
óbitos em 2012 contra 56 mortes de homens, um número 273,33% maior.
EDMILSON SANCHES
edmilsonsanches@uol.com.b
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