Uma farta documentação foi apreendida quando a polícia
realizou a operação para localizar e capturar os assassinos do jornalista Décio
Sá, como documentos de empresas, cheques em branco assinados, contratos, entre
outros. Toda essa documentação foi analisada e chegou-se ao número de 41
prefeituras que tinham algum tipo de citação. Não quer dizer realmente que
essas pessoas estejam envolvidas. A polícia está aprofundando as investigações
e chamará os gestores e ex- gestores para saber o tipo de ligação que eles
tinham com os agiotas”.
As palavras acima demonstram bem a preocupação do secretário
de Segurança Pública, Aluísio Mendes, com a precipitação e o estrago que a
operação para apurar participação de gestores e ex-gestores municipais no
esquema de agiotagem comandada pelo empresário Gláucio Alencar provocou nos
meios políticos do Estado.
O recuou, que coincidiu com a chegada ontem da governadora
Roseana Sarney ao solo maranhense (ele esteve em São Paulo e Brasília)
foi orientação para evitar que se cometa
injustiças.
Quebrando o sigilo das investigações, com o fornecimento
inclusive de imagens de depoimentos tomados dos presos acusados pelo assassinato
do jornalista Décio Sá, durante fase do inquérito, unicamente à TV Mirante, a
polícia passou a informação de que 41 municípios estão envolvidos no esquema do
agiota Alencar e de seu pai, Miranda Alencar.
Conforme as investigações, ex-prefeitos e prefeitos atuais
de 41 cidades maranhenses foram citados ou negociaram com o agiota em dinheiro
emprestado para pagamentos com juros, além da entrega do fornecimento de
merenda escolar e medicamentos hospitalares.
Mas a reação dos gestores e ex-gestores (alguns estão
ingressando na Justiça para provar o contrário) abalou a base sólida do Palácio
dos Governo e deixou os leões com as pernas trêmulas.
Existem casos em que uma das empresas (e não são poucas)
ligadas ao agiota Gláucio Alencar venceu a concorrência pública em cidades
citadas pela polícia, mas os contratos não foram pra frente e os serviços
sequer foram executados, sendo a empresa substituída pela segunda colocada no
certame. Mas a polícia não se deu a esse trabalho de apurar com mais cuidado.
Em outros casos, empresas ganharam as licitações e os donos
tiveram que tomar dinheiro emprestados do agiota para adquirir os produtos e
fornecerem a merenda ou medicamentos.
Há alguns que chamam a atenção. Uma empresa venceu a
licitação em Caxias, queria entregar apenas 3o% da merenda, com o que não
concordou o então prefeito Humberto Coutinho e a firma foi afastada.
Na cidade de Pindaré-Mirim, também citada pela Polícia como
envolvida na agiotagem, o ex-prefeito Henrique Salgado juntou toda a
documentação e vai entregar ao Ministério Público, à Procuradoria Geral do
Estado, Procuradoria da República, ao TCE e TCU, mostrando que a merenda foi
entregue regularmente.
Ele garante que não sabia se a empresa vencedora era ligada
ou não a Gláucio. O importante, segundo o ex-prefeito, é que a mercadoria foi
entregue, conforme contrato assinado.
Mas acompanhado da merda, a cagada. O Portal G1 Maranhão,
ligado a Rede Globo e afilhado do sistema Mirante de Comunicação, fez um
levantamento com base na pressa e no atrapalho e chegou a citar os nomes dos
supostos 41 prefeitos e ex-prefeitos.
E para melar mais ainda o cenário, setores da polícia
espalharam ontem que prisões podem ocorrer a qualquer momento. Como uma espécie
de aviso para que os acusados devida ou indevidamente corram as escritório
advocatícios e se escudem nos habeas corpus preventivos.
Do Blog do Luis Cardoso
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